Devoção, fé e muita emoção marcam as celebrações da Semana Santa em Minas Gerais
Conhecida nacional e internacionalmente, a Semana Santa em Minas Gerais é vivida essencialmente nas cidades históricas mineiras, com celebrações e manifestações seculares, que datam com até trezentos anos de tradição.
Em Minas, a Semana Santa é o melhor ferido no Estado, superando o Carnaval, contando neste ano com a promoção do programa Minas Santa, do governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, que chega à sua terceira edição.
Em Ouro Preto, grande parte das pousadas recebem suas reservas com até cinco anos de antecedência, quando turistas do mundo inteiro vêm conhecer uma das mais belas celebrações religiosas de Minas e do Brasil.
E Ouro Preto vive intensamente os rituais da Semana Santa. As cerimônias preservaram a liturgia do Ciclo do Ouro, e as igrejas barrocas resplandecem no fervor das celebrações. Como se repete há três séculos, este ano a presidência dos eventos cabe à Paróquia da Conceição de Antônio Dias – alternância na organização das celebrações dividida entre a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, nos anos ímpares, e a Paróquia Nossa Senhora do Pilar, nos anos pares, lembrando a separação entre paulistas e portugueses nos primórdios da antiga Vila Rica. O Lava-Pés e o Descendimento da Cruz acontecem diante da Igreja de São Francisco de Assis, obra prima do Aleijadinho. As procissões do Fogaréu, na Quarta-Feira de Trevas, do Enterro, na Sexta-Feira da Paixão, e a da Ressurreição, no Domingo de Páscoa, são as mais concorridas e emocionantes. Na noite do Sábado de Aleluia é feito o tapete florido de 2km de extensão, entre as Matrizes de Antônio Dias e do Pilar, em animada participação de moradores e turistas. @eventos_ouropreto – @tur_ouropreto – @prefeituraouropreto – @paroquiaconceicaoop
Em Mariana, a Semana Santa resgata neste ano a Procissão do Fogaréu e reforça seu papel como destino turístico religioso. Os eventos unem tradição, espiritualidade e patrimônio cultural. Desde os tempos coloniais, a religiosidade moldou a identidade da cidade, consolidada há quase três séculos, com a criação de seu Seminário. Hoje, essa tradição se mantém viva e atrai fiéis e visitantes de todo o país e do mundo. A programação, organizada pela Ação Social da Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, em parceria com as três paróquias do município, contempla celebrações marcantes, como o Ofício de Trevas, o Descendimento da Cruz, a Procissão Luminosa da Paixão e a Procissão da Ressurreição. Além do profundo simbolismo religioso, essas manifestações revelam a riqueza artística e musical da cidade, proporcionando uma experiência única para moradores e turistas.
Marcando os 280 anos da Arquidiocese de Mariana e o Jubileu da Esperança, entre as novidades deste ano destaca-se o resgate da Procissão do Fogaréu, uma tradição secular que simboliza a busca e prisão de Cristo. Realizada à luz de tochas pelas ruas históricas da cidade, a cerimônia promete emocionar fiéis e visitantes, recriando uma das manifestações mais marcantes da religiosidade popular. Informações: 31 – 3558-2315, @catedraldemariana ou @prefmariana
Ao lado de Mariana, em Diogo de Vasconcelos, a Semana Santa é promovida pela Paróquia São Domingos de Gusmão. A participação e presença de toda comunidade é um dos destaques da cidade, quando a Via Sacra é encenada por jovens, ganhando vida na Praça do Coreto, no centro histórico de Diogo de Vasconcelos. Instagram @visitediogo
Nos arredores de Belo Horizonte
Em Sabará, a 30km de Belo Horizonte, a Semana Santa é uma das que mais preservaram as manifestações originárias de Portugal. Na Igreja são Francisco, a abertura do Sepulcro na Quinta-feira Santa tem na Cerimônia do Santo Sepulcro, um ritual que remonta ao século XIX e é considerado único no país, pois retrata a morte de Jesus na quinta-feira – na véspera, portanto, da Sexta-feira da Paixão, quando os católicos relembram a crucificação e acompanham a Procissão do Enterro. Na Igreja Senhor Bom Jesus, outro acontecimento, com a Procissão realizada na madruga, às 4h da manhã, da Sexta-Feira da Paixão, quando é realizada a Via Sacra da Penitência, onde centenas de fiéis pagam promessas subindo as ladeiras íngremes do Morro da Cruz. Instagram @descubra.sabara – @cultura.sabara, informações 31 – 3671-1780 ou 3671-1403.
Ao lado de Sabará, a Semana Santa em Santa Luzia está ligada à formação do município, cujo povoamento se deu no século XVIII. As celebrações da Semana Santa tornaram-se um dos aspectos mais significativos da vida social e da identidade cultural da cidade, que ocorrem nas ruas Direita, do Serro e Floriano Peixoto. Dentre as atividades realizadas durante as celebrações, destacam-se a confecção dos tapetes devocionais de serragem. As ruas são tomadas por tapetes coloridos, símbolos da Ressurreição de Cristo, quando os moradores do Centro Histórico enfeitam suas janelas com toalhas bordadas. Instagram @smctsantaluziamg ou 31- 3641-7924.
Em Raposos, onde se encontra a primeira Matriz de Minas Gerais, as celebrações terão início no Domingo de Ramos. É muito forte a participação da população de Raposos, tomando as ruas do centro histórico com a procissão da Sexta-Feira Santa passando por todo centro da cidade, aos sons das matracas, em um reunião de milhares de devotos, turistas e fiéis. Instagram @culturaraposos @prefeituraderaposos
Em Caeté a Semana Santa é marcada por profunda tradição religiosa e cultural, vivida em todo o município. O centro histórico da cidade é ocupado por procissões e encenações da Paixão de Cristo. O Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade está compartilhando uma série de vídeos reunindo meditações da Via-Sacra – Uma experiência de fé e devoção. Para acompanhar, é só acessar o canal do Youtube Mãe Piedade. Instagram @maepiedade
Em Itabira, cidade da poesia, a Semana Santa inicia-se tradicionalmente com Via Sacra dos Gravetos e celebra, em seguida, o Setenário, sete noites meditando as dores da Santíssima Virgem, precedendo a Semana Santa. Neste ano Itabira vive o Jubileu do Bicentenário da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Instagram @turismo.itabira
Em Santa Bárbara, o grupo Âncora Companhia de Teatro promove anualmente a tradicional encenação dOs Passos da Agonia, reconhecida como patrimônio imaterial do município. Neste ano, a Âncora Companhia de Teatro celebra 50 anos de história e dedicação às artes cênicas no município. O espetáculo emociona o público ao retratar com profundidade e realismo os últimos momentos da vida de Jesus. O evento se tornou um dos mais importantes no calendário cultural e religioso de Santa Bárbara, atraindo moradores e turistas.
Com grande público, a encenação acontecerá no dia 18 de abril (Sexta-feira da Paixão), a partir das 19h, no Ginásio Emília Mendes da Fonseca, no centro histórico. Logo após à encenação, se realiza a tradicional Procissão do Corpo de Cristo, com destino à Igreja Matriz de Santo Antônio.
Na cinematográfica cidade de Catas Altas a Semana Santa ocupa todo o Centro Histórico, com encenações utilizando o conjunto arquitetônico como cenário. Na imponente Matriz de Nossa Senhora da Conceição as passagens bíblicas ganham novas interpretações com a Serra do Caraça ao fundo. As procissões são programadas para serpentear as ladeiras históricas, com seu belo calçamento em “pé de moleque”, passando em frente de Capelas e igrejas centenárias. A presença de turista faz parte das encenações, que se tornaram uma manifestação também cultural do município. @prefeituracatasaltas @paroquiacatasaltas
Próximo a Catas Altas, a cidade de Bom Jesus do Amparo apresenta uma programação intensa na Semana Santa, que terá seu ápice no final da Semana da Páscoa. A secular Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Amparo, construída em 1843, será o palco para as encenações litúrgicas. Este ano terá como marco o retorno da Encenação da Paixão de Cristo. Insta @prefeitura_bomjesusdoamparo @paroquiabomjesusdoamparo.
Na Estrada Real
De 13 a 19 de abril, a Semana Santa de Diamantina une a fé e a tradição aos seu patrimônio vivo. Com procissões, ritos, cantos seculares e manifestações simbólicas, a Semana Santa em Diamantina mantém viva uma herança transmitida ao longo dos séculos, renovada a cada ano pela devoção de seus participantes. Entre os destaques, está a Guarda Romana, formada por mais de 80 homens que, anualmente, assumem a missão de conduzir a Procissão do Enterro e participar da Via Sacra. Outro elemento marcante é o repique dos sinos, registrado como Patrimônio Imaterial Nacional pelo IPHAN. Já os motetos, compostos por José Emerico Lobo de Mesquita, são cantados em latim. Informações (38) 99948-5166. Insta @vivadiamantina