O site vai ser lançado nesta sexta (7), e permite até mesmo rankear as cidades mineiras com mais desaparecidos
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) vai lançar um site que, além de contabilizar quantas pessoas estão desaparecidas e em quais cidades do estado, permite traçar um perfil dos desaparecidos. A ferramenta será lançada nesta sexta-feira (7), com dados de 2019 a 2024. Será possível filtrar os dados selecionando por Região Integrada de Segurança Pública (RISP), regional ou município.
Os dados mostram que Minas soma 2.745 pessoas desaparecida de janeiro a junho deste ano. Em comparação com o mesmo período no ano passado, o número diminuiu em 24%. Ao longo de 2023, 7.235 pessoas ficaram desaparecidas.
De acordo com a delegada da Divisão Especializada de Referência a Pessoa Desaparecida, Ingrid Estevam, a maioria dos desaparecimentos envolvem algum conflito familiar, uso de drogas e álcool ou alguma deficiência, como, perda de memória ou dificuldade em se locomover.
A maioria dos desaparecidos são homens adultos, somando 66%. Entre crianças e adolescentes, o número é maior entre mulheres, contabilizando 61%. No caso desse segundo grupo, a delegada ressalta que as saídas às escondidas podem ser motivação para desaparecimentos. “Ás vezes o adolescente quer sair de casa para ir curtir uma balada e os pais não deixam, e aí elas acabam saindo escondido, e causam essa preocupação por parte dos familiares. Muitas vezes, essa saída às escondidas pode ocasionar uma série de fatores preocupantes”, explica Ingrid.
Ela ressalta que não existe um período de tempo a partir do qual a pessoa pode ser considerada desaparecida, e que, ao primeiro sinal de uma saída fora do comum, a polícia já deve ser avisada. “Em absoluto, nós não devemos esperar 24 horas. Assim que o familiar perceber que aquele ente querido quebrou a rotina dele, saiu do padrão e não retornou para residência, não entrou em contato, o familiar deve imediatamente procurar a delegacia, fazer o registro e prestar todas as informações necessárias, sem omitir nenhuma informação”, orienta.
A delegada também lembra que a busca não termina e o caso não é arquivado enquanto o desaparecido não for encontrado, e que a delegacia presta “apoio não só policial, mas também social e psicológico”.