A história de Belo Horizonte passa, necessariamente, pela vida escolar, salas de aula e lições dos professores e pelo conhecimento dos estudantes. Por isso, é uma grande perda para a cidade quando um estabelecimento de ensino encerra as atividades. Ontem, foi anunciado o fechamento do Colégio Pitágoras, um dos mais tradicionais de BH, com previsão de término a partir de 2022. Neste período de pandemia, BH perdeu outras importantes instituições de ensino. Grupo de pais anuncia que vai à Justiça. Em nota enviada aos pais e responsáveis pelos alunos, a direção do colégio confirmou o fechamento e afirmou que vai finalizar as atividades escolares de 2021 sem alterações. “Seguindo nosso compromisso com a transparência, a confiança e o cuidado com toda nossa comunidade escolar, comunicamos na data de hoje, 11 de novembro de 2021, o encerramento das operações do Colégio Pitágoras em Belo Horizonte a partir do ano letivo de 2022″, diz um trecho do comunicado.
A direção do colégio também explicou que firmou parceria com o Coleguium – outra instituição de ensino tradicional da capital – garantindo vagas para o próximo ano letivo, aos alunos interessados. “Zelando pelo comprometimento que sempre tivemos perante nossa comunidade escolar e pelo acolhimento, que é nossa marca registrada, firmamos parceria com o Coleguium, aqui de Belo Horizonte. Todos os nossos alunos e famílias interessadas terão vaga garantida para o ano letivo de 2022, basta citar o Pitágoras no contato com a Central de Relacionamento do Coleguium, no telefone (31) 3490-5000.” A faculdade Pitágoras continua aberta.
Conforme a nota divulgada ontem, a direção do colégio confirmou o fim das atividades em 2021 e alegou que a decisão foi tomada em função do contexto atual do país. Além disso, ressaltou que “os colaboradores estão recebendo o suporte necessário, além de todos os direitos garantidos e assegurados conforme a legislação vigente.”
HISTÓRIA
Localizado na Avenida Prudente de Morais, no Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul da capital, o Colégio Pitágoras tem mais de 55 anos de atividade e atuava do ensino infantil ao ensino médio. O colégio iniciou suas atividades em 1966, com a fundação do Pré-Vestibular Pitágoras, por cinco jovens: Evando Neiva, João Lucas Mazoni Andrade, Júlio Cabizuca, Marcos Mares Guia e Walfrido Mares Guia. O cursinho funcionava na Rua Pernambuco, 880, no Bairro Funcionários, ao lado do Colégio Santo Antônio.
Na década de 1970, foram criados três colégios de educação básica na capital mineira. Já em 1979, são abertas unidades do colégio em outros países como Mauritânia, Iraque, Congo Francês, Equador, Peru e Angola. A partir da década de 1980, há expansão para vários estados brasileiros, entre eles Rondônia, Amazonas, Pará, Maranhão, Goiás e Bahia.
Em 1995, foi criada a Rede Pitágoras, com o objetivo de desenvolver uma relação de parcerias com escolas em todo o Brasil e o exterior, além de oferecer cursos e seminários de educação e treinamento para atualização e capacitação dos profissionais das instituições parceiras.
Em 1998, foi publicado o primeiro Projeto Pedagógico Pitágoras. No ano seguinte, foi criada a Fundação Pitágoras, com a missão de contribuir para a melhoria da qualidade da educação brasileira e para o alto desempenho dos alunos, especialmente da rede pública. Para isso, desenvolveu o Sistema de Gestão Integrado (SGI), com foco na melhoria da aprendizagem.
Em 2000, mais seis unidades foram implantadas no Japão, e, sete anos depois, ocorreu a abertura de capital do Pitágoras na BM&F Bovespa com o nome Kroton Educacional. A instituição recebeu aporte financeiro de um dos maiores fundos de capital privado do mundo, a Advent Internacional, em 2009.
Em 2010, a primeira escola brasileira no Canadá se tornou uma escola parceira da rede de ensino. Já em 2011, a Rede Pitágoras foi a primeira no setor de ensino a disponibilizar um canal de TV via satélite, exclusivo para as escolas parceiras. Em julho de 2019, o Colégio Pitágoras se tornou a segunda escola do estado de Minas certificada como Escola de Referência Google, um selo que reconhece instituições de ensino (públicas e privadas) que utilizam as ferramentas Google for Education.
Fonte; Jornal Estado de Minas