sexta-feira, novembro 22, 2024
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Câncer de mama: cientistas desenvolvem teste que utiliza impressão digital e pode substituir a mamografia

Em testes iniciais com um pequeno grupo de mulheres, técnica simples e não invasiva apresentou precisão de até 97,8% na detecção do câncer

O teste de rastreamento para o câncer de mama é recomendado pelo Ministério da Saúde a todas as mulheres a partir de 50 anos a cada dois anos como uma forma de identificar o tumor em estágio inicial e, assim, ter maior efetividade no tratamento. O exame é importante, uma vez que o câncer é o mais prevalente no Brasil no sexo feminino depois do melanoma (câncer de pele). No entanto, as tradicionais mamografias podem trazer um desconforto devido à pressão realizada contra os seios durante o procedimento.

Por isso, cientistas britânicos estão desenvolvendo um novo teste que utiliza a impressão digital para identificar biomarcadores dos tumores de forma simples e não invasiva. Um estudo de prova de conceito, que busca de maneira muito inicial validar o potencial da estratégia, foi publicado na revista científica Scientific Reports e mostrou uma precisão de até 97,8% da técnica na detecção do câncer em um grupo de 15 mulheres.

“Este estudo de prova de conceito mostrou o potencial significativo de uma metodologia de triagem nova, rápida, não invasiva e sensível para detectar as assinaturas moleculares do câncer de mama a partir de um simples toque da ponta do dedo”, escreveram os pesquisadores no estudo.

A novidade é possível graças ao uso de uma tecnologia chamada de ionização e dessorção a laser assistida por matriz. Trata-se de uma técnica avançada de análise de moléculas, que foi combinada com aprendizado de máquina para avaliar depósitos de suor que se concentram na digital e identificar as moléculas associadas ao câncer, chamadas de biomarcadores da doença.

“O estudo está na interface da ciência forense e do diagnóstico clínico e mostra que as impressões digitais são valiosas não apenas para obter inteligência para traçar o perfil de criminosos, mas também para diagnosticar patologias. Essas são descobertas empolgantes e, dado o impacto potencial, devemos buscar a validação para um lançamento futuro”, afirma a autora do estudo e professora do Centro de Pesquisa em Ciências Biomoleculares da Universidade Sheffield Hallam, no Reino Unido, Simone Francese, em comunicado.

Para comprovar que o conceito é realmente válido, foram recrutados três grupos de cinco mulheres em cada: um de pacientes com tumor benigno da mama, outro com câncer de mama inicial e o terceiro com câncer de mama metastático. Amostras dos dedos foram coletadas de cada paciente no momento do diagnóstico ou durante o tratamento.

“Esta nova técnica ainda está em um estágio inicial de desenvolvimento, mas os resultados são muito promissores. Planejamos realizar mais algumas pesquisas para confirmar essas descobertas em um grande grupo de mulheres, e se elas forem confirmadas, a técnica terá grande potencial tanto para a triagem quanto para o diagnóstico do câncer de mama, mas também para monitorar o desempenho de tratamentos como a quimioterapia”, acrescenta a professora de Oncologia Cirúrgica da Universidade de Sheffield, que participou do estudo, Lynda Wyld.

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