Mais de 67 milhões de pessoas estão endividadas atualmente no Brasil, segundo dados divulgados pela Serasa no ano passado. O valor da dívida é superior a 289 bilhões de reais, 28% dos quais são dívidas de bancos e cartões de crédito. A maioria (72%) são de contas de serviços públicos não pagas, como eletricidade, contas de telefone e carnês de lojas.
Como resultado, a inadimplência no país é recorde, com muitas famílias não pagando as contas em dia. Este é o maior volume desde 2010, data de início da série histórica monitorada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Diante desse cenário, o governo federal vai lançar um programa para ajudar as pessoas endividadas, inclusive os que contrataram o crédito consignado do Auxílio Brasil em 2022, modelo que permite a reintegração dos inadimplentes à economia.
O anúncio foi feito por Wellington Diaz, Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A iniciativa chamada ‘Desenrola Brasil’ ainda está em desenvolvimento e deverá ser implantada nos próximos meses.
Programa deve atender cerca de 80 milhões de pessoas endividadas
De acordo com o ministério, estima-se que 80 milhões de inadimplentes serão atendidos, incluindo cerca de 3,5 milhões que estão devendo salários e receberam ajuda do Auxílio Brasil. A dívida total é de 9,5 bilhões de reais. Segundo o ministro, o novo programa será desenvolvido em colaboração com outros ministérios.
“É grave o problema dos endividados do Auxílio Brasil ou do Bolsa Família, o chamado consignado. Primeiro, já do ponto de vista da própria legalidade. O programa foi usado, no período de eleição, com objetivos claramente eleitorais. O presidente Lula já demonstrou sensibilidade com o tema desde a campanha”, disse Wellington Dias.