RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras reduzirá em 5,6% o preço médio da gasolina vendida a distribuidoras a partir de terça-feira, informou a companhia em comunicado à imprensa nesta segunda-feira, no primeiro corte de valores deste combustível desde outubro de 2023.
Dessa forma, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras nas refinarias passará a ser de R$2,85 por litro, uma redução de R$0,17 por litro.
“O reajuste veio em linha (com o esperado), convergindo para paridade de importação”, disse o sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo, à Reuters.
O especialista avaliou que o corte da gasolina da Petrobras ocorreu em momento em que há “certa estabilidade” dos preços do barril do petróleo no cenário internacional, na última quinzena, e também do câmbio entre R$5,65 e R$5,68.
O petróleo Brent está cotado a aproximadamente US$65 o barril, cerca de US$15 mais baixo em relação ao pico do ano, visto em janeiro.
A redução ocorre após as vendas de gasolina por distribuidoras no Brasil terem subido 4,6% em abril ante o mesmo período do ano passado, para 3,81 bilhões de litros, o melhor resultado para o mês na série histórica, segundo dados da reguladora ANP, diante de uma recuperação do nível de mobilidade e de fluxo de veículos leves.
No acumulado do ano até abril, as vendas de gasolina somam 14,74 bilhões de litros, uma alta de 3,5% frente o mesmo período em 2024. O resultado nas vendas ocorre após um recuo da comercialização no ano passado ante 2023.
A Petrobras, sob a gestão de Magda Chambriard, tem levado mais tempo para ajustar preços de combustíveis, em movimento que visa evitar repassar volatilidades internacionais ao mercado interno.
Em julho de 2024, havia sido a última vez que a petroleira ajustou a gasolina, quando a elevou em 7%.
Quanto ao diesel, a Petrobras não anunciou ajustes nesta segunda-feira.
A Petrobras realizou, desde de 1º abril, três reduções no preço médio do diesel vendido em suas refinarias a distribuidoras, na esteira de um mergulho dos preços do petróleo Brent, somando um corte total de 45 centavos por litro.
Melo ressaltou que, de acordo com seus cálculos, existe a possibilidade de um corte para o diesel no momento “menor do que foram os outros”, caso o cenário dos preços do petróleo e do câmbio permaneça.
O repasse do corte do preço da gasolina da Petrobras aos consumidores finais nos postos, porém, não é imediato e depende de uma série de fatores, incluindo cobrança de impostos, mistura de etanol anidro e margens de lucro da distribuição e da revenda.
Além disso, o mercado brasileiro também é suprido por algumas poucas refinarias privadas e por importações.
Chambriard tem feito declarações públicas afirmando que as reduções de preços do diesel feitas pela Petrobras em suas refinarias não estavam chegando aos consumidores finais, nos postos. Para ela, distribuidoras e revendedoras estão aproveitando para elevar suas margens.
(Por Marta Nogueira)