O homem de 36 anos, preso após publicar um vídeo com xingamentos racistas, estava escondido no bairro Jaqueline, na região Norte de Belo Horizonte. Ele foi detido por volta das 11h desta quarta-feira (23), em um apartamento. Conforme a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o homem afirmou que o vídeo seria destinado a uma colega de trabalho.
De acordo com a PMMG, as buscas pelo homem começaram às 20h de sexta-feira (18), quando o vídeo foi publicado. Após não localizá-lo no bar onde trabalha, no bairro Universitário, região da Pampulha, em BH, os policiais seguiram em diligências e o localizaram com o apoio de populares e denúncias anônimas. Ele não reagiu à prisão e comentou sobre o crime com os policiais.
“Ele disse que teve um desentendimento com uma funcionária do bar e que o vídeo seria uma resposta para ela. Segundo ele, o objetivo não era que o vídeo repercutisse ou viralizasse, nem que ofendesse a coletividade. Mas ainda não temos a confirmação da existência dessa funcionária. Temos diligências do Ministério Público de Minas Gerais e da Polícia Civil para investigar”, disse o comandante do 13º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes.
O homem estava sozinho no momento da prisão e alegou que o apartamento onde estava escondido era de um amigo. A PMMG não conseguiu confirmar se a informação procede. O homem agora será encaminhado ao sistema prisional.
Violência doméstica
O homem tem quatro passagens pelo sistema prisional e era considerado foragido da justiça desde março deste ano, quando não retornou de uma saída temporária. Ele estava preso em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, cumprindo uma condenação por violência doméstica.
“Ele estava foragido da justiça, e foi por meio desse vídeo que ele publicou que identificamos sua presença em Belo Horizonte. Agora conseguiremos responsabilizá-lo por esses crimes”, afirmou o tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes.
O homem foi identificado como Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos. O vídeo foi publicado nas redes sociais dele na última sexta-feira (18 de outubro). Ele é funcionário de um bar em Belo Horizonte. No vídeo, o homem faz declarações racistas, insultando a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea, e usando termos ofensivos contra a população negra.
Antecedentes criminais
Alessandro tem 66 registros policiais e já passou quatro vezes pelo sistema prisional. Na última vez, ele recebeu o benefício da saída temporária, mas não retornou e passou a ser considerado foragido.
Entre os registros policiais, constam ameaças, violação de domicílio, agressão, estelionato, difamação, entre outros. Ele é natural de Governador Valadares, onde a maioria das ocorrências foi registrada.
Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), ele não havia dado entrada no sistema prisional desde a repercussão do vídeo. Alessandro ficou preso por menos de um mês entre julho e agosto de 2017, voltou a ser preso em janeiro de 2018 até 2019, e depois ficou detido por um dia em setembro de 2022, antes de voltar a ser preso em 22 de setembro até março deste ano.
Fonte: O Tempo