O Comando da 12ª Região de Polícia Militar promoveu nesta sexta-feira,10, no auditório do 14º BPM, em Ipatinga, um Simpósio de Defesa Social, com participação de representantes do Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Civil.
O objetivo do evento foi discutir ações para melhoria do trabalho realizado pelos militares na coleta e registro de informações dos homicídios e de outros crimes violentos. O simpósio contou com uma participação presencial de 40 policiais militares na função de comando e, de forma online, de mais 130 militares das 97 cidades que integram a 12ª RPM.De acordo com o Comandante da 12ª RPM, Coronel Gildásio Rômulo Gonçalves, a finalidade de um encontro com os outros representantes do sistema de justiça criminal é tentar melhorar ainda mais o desempenho operacional da Polícia Militar, através da redução dos índices criminais e aumento da sensação de segurança da sociedade.
Segundo o Coronel Rômulo, através de um estudo foi possível detectar que mais de 25% dos homicídios na área da RPM tinham o envolvimento de condenados em gozo de prisão domiciliar, livramento condicional e saída temporária. “Esse levantamento despertou a necessidade de uma intervenção pontual. Procuramos nossos parceiros do Poder Judiciário e Ministério Público e hoje estamos acompanhando 3.800 beneficiários da Lei de Execução Penal. Essa fiscalização não é aleatória, já que fizemos uma classificação de prioridade. Com isso já experimentamos uma redução dos homicídios em 15%”.
Conforme o Coronel, não obstante as estratégias adotadas, é possível otimizar ainda mais o trabalho, começando por pensar como o registro de uma ocorrência realizado por um policial militar, pode ajudar no desenvolvimento dos trabalhos dos demais órgãos. “Temos que refletir sobre a qualidade do nosso trabalho, e como isso vai incidir na redução da criminalidade e na ressocialização desses indivíduos que cometeram delitos. O trabalho da Polícia Militar e dos outros órgãos se complementam”.
Durante o simpósio, o juiz da 2ª Vara Criminal de Ipatinga, Antônio Augusto Calaes de Oliveira, falou sobre o bom relacionamento entre as instituições, como algo primordial no combate à criminalidade. “Temos que conversar, hoje se eu tiver um email ou um telefone no boletim de ocorrência é possível encontrar uma pessoa em qualquer lugar do mundo. Então é importante vocês saberem com mais detalhes o que acontece depois que uma ocorrência é entregue”.
No decorrer do evento, o promotor de justiça da Comarca de Ipatinga, Jonas Junio Linhares Costa Monteiro, disse que esse acompanhamento dos beneficiários da Lei de Execuções Penais é algo muito relevante no combate os crimes violentos. Como também um boletim de ocorrência bem redigido é uma boa base para uma ação judicial futura. “O militar também é um profissional jurídico. Então o quanto mais ele colher de informações em oitivas, adiantando diligências e dar atenção especial ao boletim de ocorrência é importante”.
Já para o Chefe do 12º Departamento de Polícia Civil, Dr. Gilmaro Alves Ferreira, a conversa entre aos agentes de segurança em uma cena de crime é primordial, para que o boletim de ocorrência tenha uma narrativa muito precisa, o que facilita uma base para uma resposta imediata para sociedade, principalmente, em casos como o homicídio.